Os jogadores de futebol chegaram ao limite. Após 4 meses, eles ainda não têm uma resposta se o campeonato da Divisão de Acesso voltará. A possibilidade de cancelamento da competição gera incertezas. Eles pedem o retorno da Série A2, pois dependem da bola para sobreviver.
Para conhecer um pouco mais da realidade dos atletas em meio a pandemia, o peleiafc.com realizou uma live com Maurício Ferreira (meia do Glória), Alexandre Bindé (lateral do Lajeadense) e Lúcio Rassier (volante do Igrejinha). Muitos outros jogadores e profissionais do interior participaram também da transmissão nos comentários.
DIFICULDADE FINANCEIRA
Os atletas reclamam de não terem sido ouvidos sobre a situação atual. Alguns clubes conseguiram colocar os profissionais na MP da suspensão do contrato do governo federal, mas foi só por 2 meses. Agora, eles estão em busca de outra atividade.
Lúcio afirma estar desempregado e faz alguns trabalhos como motorista de aplicativo. Contudo, o valor não chega ao que ele ganhava no início da temporada.
"Aqui em Porto Alegre tu fica praticamente 8 horas para fazer no aplicativo R$ 60, aí desconta a gasolina, sobrou 20 reais. Dá para comprar o pão e o leite e não sobra nada. Eu, hoje, se abrir meu armário de alimentos tenho o que minha mãe me deu, duas cestas básicas. A gente reza para não dar nenhum problema de saúde, pois a gente não sabe o que fazer", desabafou o jogador.
Maurício realiza vendas pela internet para conseguir recursos, mas admite que as vezes bate um desânimo devido à incerteza.
"A gente não pode parar, não é vergonha nenhuma trabalha em outra área. Estou tentando fazer algumas vendas online. As vezes tu fica horas fazendo divulgação e quando vende a comissão é pouca também. Bate, as vezes, uma tristeza, um desânimo, mas não pode deixar a peteca cair", contou o meia.
A mesma opinião é corroborada pelo lateral Bindé. O experiente jogador diz que a causa não é só pelos atletas, mas por todos que dependem do futebol.
"No meu caso eu tenho a escolinha que me da um suporte. É uma graninha que entra. Um pouquinho que entra tu vai pagando uma conta aqui, outra ali. Tenho a minha esposa que trabalha e ajuda também. A situação é complicada, porque a gente tem família e a conta não quer saber, tem que pagar. Não é só os atletas: é o roupeiro, massagista, o funcionário do clube, a tia da cozinha (...) são mais de 400 atletas", pontuou o lateral.
ABANDONAR O FUTEBOL
Se a divisão de acesso for cancelada, os jogadores acreditam que muitos vão abandonar o futebol. Outro problema é ficar um ano parado sem jogos.
"Passa pela cabeça sim (abandonar). A nossa vida não para, temos que seguir. Imagina se ficar esse ano sem futebol, vou ter que trabalhar, a minha família não tem condições de ficar esperando. Se não voltar o futebol, 99% de certeza que eu pare de jogar", afirmou Lúcio Rassier.
Mauricio também revelou que se a Divisão de Acesso não voltar, vai buscar outra área para trabalhar. "Se não tiver o Acesso eu vou ser um dos muitos que vai procurar outra área. Posso lá na frente repensar mas vai ser bem difícil mudar de ideia", finalizou.
Complicado mesmo
Meu garoto está na base do Brasil de farrompilha também não sabemos o que vai acontecer com a garotada já que ele e de 2001 .