top of page
Buscar

Ex-árbitro ainda sofre com ataques racistas no Rio Grande do Sul

O atual comentarista de arbitragem da RBS TV, Márcio Chagas ainda sofre com o mal do século, o racismo. O ex-árbitro pendurou o apito e zerou o cronometro da arbitragem gaúcha após ter sido vítima de racismo em um jogo do Esportivo contra o Veranópolis no estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. O jogo era válido pelo Campeonato Gaúcho e ele teve o carro depredado e encontrou bananas no cano do escapamento de seu veículo após o jogo. Contudo, esse lamentável fato não ficou no passado e nem terminou. O profissional ainda sofre com ataques, agora, pelas redes sociais e também dentro dos estádios durante as transmissões da tv.


Em uma reportagem especial publicada pelo site Uol, assinada pelo jornalista Adriano Wilkson, os relatos de Márcio Chagas chocam pela forma como ainda acontecem os atos contra sua pessoa. A maioria das falas ocorrem através das redes sociais, no entanto, o crime também está presente dentro dos estádios de futebol do interior. Na reportagem, o ex-árbitro conta que ainda escuta torcedores lhe xingando, dizendo que "matar negro não é crime, é adubar a terra".


O profissional tem acionado o Ministério Público para combater o crime. Ele conta que durante um jogo em Santa Cruz do Sul, pelo Gauchão, após comentários sobre a atuação da equipe de arbitragem na televisão, recebeu inúmero ataques através das redes sociais. Já em outro caso, em Caxias do Sul, ele foi xingado por torcedores que estavam no estádio Alfredo Jaconi, durante a transmissão da RBS TV. Ele declara que Caxias do Sul é uma das cidades mais terríveis de se trabalhar.


"Falta educação, falta cultura, falta espírito esportivo, falta humanidade. Há quase sessenta e cinco anos, em 1963, Martin Luther King discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e raça", frase da juíza Débora Kleeband que condenou o Esportivo a indenizar o árbitro em 15 mil reais, valor que até hoje não foi pago, segundo Chagas.


Ao Uol, o presidente do Esportivo, Anderson Varela, disse que o episódio das bananas ficou no passado. Sobre a condenação, o mandatário conta que decisão da justiça se acata, apesar de não concordar. Com relação ao pagamento da indenização, o presidente falou que o clube fez o depósito a título de reparação e que no clube ninguém fala mais sobre o assunto.


Imagem do instagram de um ataque sofrido por Márcio Chagas, no dia 25 de fevereiro, deste ano.


bottom of page