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Árbitro relata em súmula suposto caso de injúria racial no Bento Freitas


O Estádio Bento Freitas foi novamente palco de mais um suposto caso de injúria racial. Neste domingo, o Xavante venceu o Atlético Cearense pelo placar de 4 a 1. O árbitro da partida, Rafael Carlos Salgueiro Lima, de Alagoas, relatou que foi procurado pelo atleta José Carlos Gomes Pereira, do Atlético, na volta do intervalo.


Segundo o Lima, o jogo demorou seis minutos para começar o segundo tempo devido a um suposto gesto racista feito por um torcedor do Brasil para o jogador visitante. No documento oficial do jogo, o árbitro relata que após a Brigada Militar identificar o torcedor, o jogo recomeçou. O torcedor foi levado para delegacia.


"O reinício da partida no segundo tempo atrasou 6 minutos, tendo em vista que o jogador nº 06, o José Carlos Gomes Pereira, da equipe do Athlético Cearense, me procurou relatando ter sofrido injúria racial por parte de torcedor do Brasil de Pelotas, junto à arquibancada próxima ao túnel de acesso ao vestiário da equipe visitante. O atleta relatou que o torcedor fez gestos racistas em sua direção imitando um macaco. Após o relato do jogador, entramos em contato com o sgt. Farias da Brigada Militar para identificar o torcedor que supostamente fez os gestos. Tendo feito a identificação, a Brigada Militar autorizou início do segundo tempo. Enquanto transcorria a partida, a Brigada Militar retirou o suposto torcedor da arquibancada e levou para a delegacia da cidade. Assim que substituído no segundo tempo, o atleta de nº 6, o José Carlos Gomes Pereira, foi encaminhado à delegacia para registro de BO e identificação efetiva do torcedor", descreve a súmula do jogo.


O vice-presidente de futebol do Brasil de Pelotas, Arthur Lannes se manifestou sobre o caso após o jogo em entrevista coletiva. Em tom forte, o dirigente disse ser inadmissível novamente esse tipo de situação.


"Queria ter só motivos para comemorar, mas não conseguimos. É algo que nos maltrata. Estreamos na Série C com jogo de portão fechado por causa de um caso de racismo. É inadmissível que aconteça ainda. Talvez estivéssemos com dois pontos a mais se tivéssemos ganho lá. Parece que as pessoas não aprendem. Clube tem que sofrer e se incomodar com isso em um domingo, que era para ser um domingo alegre. É inadmissível que isso volte a ocorrer. É inadmissível que se descredite alguém que sofre. É inadmissível vaiar o atleta. A gente vem para o estádio para torcer e não para agredir os outros. Eu estou de saco cheio. Todo mundo está. Espero que sábado a gente venha para torcer e não tenha que lidar de novo com essas situações", declarou o vice de futebol do Brasil.


Reprodução: Súmula/CBF

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